O que é ser negro no Brasil? Foi com esse questionamento que o Grupo Técnico de Racismo Institucional abriu as reflexões sobre o dia 13 de Maio, data em que foi abolida a escravidão no Brasil. O tema, proposto pelo mestre em Psicologia Social, Ricardo Dias, teve como objetivo refletir sobre a condição dos negros no país, desde a vinda nos navios negreiros até os dias atuais, passando pelo problema da miscigenação e o mito da democracia racial.

Pela quarta vez na Hemominas, Ricardo Dias levou sua própria experiência – de preto da classe média – para o campo da pesquisa, e desenvolve seus estudos no Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão Conexões de Saberes da Fafich/UFMG (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais).

Segundo ele, o racismo no Brasil é cordial. “O apartheid não precisa ser escrito. Ele está subentendido no elevador de serviço”, afirma. “O Movimento Negro veio para redefinir a imagem do negro. A constituição do Orgulho Black e a criação da Semana da Consciência Negra são formas de se valorizar a cultura chamada negra no país. O movimento quer tornar o 13/05 um símbolo de luta. E a educação superior, universitária, é tida como um dos mais poderosos recursos para reverter o racismo brasileiro”, explica.

A roda de conversa, que aconteceu na sexta-feira, 05/05, foi uma das ações de enfrentamento e combate ao racismo institucional que estão sendo realizadas ao longo deste mês de maio, no Hemocentro de Belo Horizonte (HBH).  Também integram as ações a roda de conversa “Racismo Institucional e Determinantes Sociais na Saúde”, apresentada por Maria Zenó, presidenta da Dreminas, e Yone Gonzaga, superintendente da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania de Minas Gerais, promovida na segunda-feira, 08/05.

Finalizando as comemorações, na próxima segunda-feira, 15/05, haverá um Cortejo de Maracatu, apresentado pelo Grupo Bombos de Iroko; e a exibição de um curta metragem, seguido de roda de conversa, com Doris Faustino, mestranda em Enfermagem, e Maria Zenó, da Dreminas.  Estas ações vão acontecer no Campus da Medicina da UFMG, com início às 13h30, e são abertas ao público.

Grupo Técnico de Racismo Institucional

O Grupo Técnico de Racismo Institucional é um grupo interinstitucional, formado por representantes do CEHMOB (Centro de Educação e Apoio para Hemoglobinopatias), Fundação Hemominas, Nupad (Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico/UFMG) e Dreminas (Associação de Pessoas com Doença Falciforme e Talassemia de Belo Horizonte e Região Metropolitana).

De acordo com Adriana Nunes, do Núcleo Central de Humanização da Fundação Hemominas, “o grupo visa promover ações para a prevenção, enfrentamento e combate do racismo nas (e das) instituições”. 

 

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

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