Informações de interesse técnico
Centro de Processamento Celular (CPC)
Para que a coleta seja possível, é necessário que o paciente receba um medicamento que estimula a multiplicação das células tronco (células progenitoras hematopoéticas) presentes na medula óssea e possibilita a migração temporária dessas células para o sangue periférico. Esse processo é chamado de mobilização e, por isso, o sangue periférico do paciente, nesta fase, é chamado de sangue periférico mobilizado.
A coleta das células é realizada nos dias de pico, ou seja, em que há maior migração das células para o sangue periférico. Isto ocorre em geral, no 5º dia após o início da utilização do medicamento. Antes de iniciar a coleta é feito um teste, chamado de quantificação das células CD34+ (marcador das células-progenitoras hematopoéticas), que é utilizado para avaliar a eficiência da mobilização e decidir sobre a realização ou não da coleta. Esta é feita de modo automatizado, com o auxílio da máquina de aférese e de um kit estéril, descartável e de uso único. Neste processo, o sangue do doador/paciente passa pelo equipamento, sempre por dentro do kit, e os componentes do sangue são separados por centrifugação. Dessa forma, o concentrado de células-progenitoras é coletado e o restante do sangue é devolvido para o paciente. Por esse motivo, é necessário que o paciente apresente veias em condições ou um cateter implantado que permita a realização da coleta.
Após a coleta, a bolsa contendo as células é encaminhada para processamento no Cetebio. Este pode ser dividido em algumas etapas principais, como a redução de volume, a criopreservação e armazenamento. Paralelamente, são realizados vários testes de controle de qualidade do produto.
A redução do volume consiste na concentração da fração mononuclear que é rica em células progenitoras hematopoiéticas. Essa etapa é feita com o auxílio de uma centrífuga e necessita da atuação direta e constante de um profissional treinado e capacitado para esta função, por isso, é considerado um “processamento manual”. Todo o material utilizado é estéril, descartável e de uso único. Após a centrifugação, o excesso de plasma (parte líquida do sangue) é removido. Na técnica utilizada pela equipe do Cetebio, o volume do produto nesta fase é reduzido para 100ml.
A criopreservação tem como objetivo diminuir e, se possível, inibir o metabolismo celular, desta forma, as células permanecem vivas e adequadas para uso por um período variável de tempo, a depender de uma série de fatores. Para que isso seja possível, é necessário adicionar à bolsa contendo o concentrado celular rico em células-tronco e progenitoras, uma solução crioprotetora à base de dimetilsulfóxido (DMSO) e hidroxietilamido (HES) de igual volume. A seguir, o produto é dividido em duas alíquotas de 100ml e as bolsas são congeladas em um ultra freezer mecânico. Posteriormente, as bolsas são armazenadas em um tanque de nitrogênio capaz de manter a temperatura abaixo de 150ºC negativos, de forma a manter a viabilidade das células até a data da realização do transplante.
No momento em que o paciente encontra-se preparado para o transplante, o Centro Transplantador informa ao Cetebio e são realizados novos testes de controle de qualidade, cujos resultados são encaminhados para a equipe responsável pelo paciente. Após a avaliação das informações, o centro transplantador envia a solicitação de liberação das células e em uma data previamente agendada, a equipe do Cetebio prepara e envia a bolsa ainda criopreservada para a realização do transplante.
Após a realização do transplante, o centro transplantador envia as informações sobre a evolução do paciente para o Cetebio.