No início da década de 80, a hemoterapia praticada em Minas Gerais não diferia muito da observada no restante do país. Entre 1983/84, estudos da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) no interior de Minas mostram uma situação crítica: dos 613 municípios pesquisados, 44% (269) realizam transfusões de sangue, mas apenas 45% (121) deles fazem triagem sorológica no sangue coletado (Revista Ciência Hoje; 1989).

As transfusões de sangue caracterizam-se pela ausência de ações organizadas, normatizadas e padronizadas, pela precariedade da fiscalização e inexistência de pesquisas sistemáticas. O atendimento é prestado por Bancos de Sangues isolados, em sua quase totalidade explorado com fins lucrativos. O controle de qualidade, salvo raras exceções, praticamente inexiste. A participação do setor público de saúde, ínfima e igualmente isolada, é representada por bancos de sangue em hospitais universitários e em alguns públicos.

Semente

Em 1980, o governo federal institui o Programa Nacional do Sangue e Hemoderivados (Pró-Sangue), definindo ações disciplinadoras para fixar as responsabilidades de atuação dos segmentos público e privado em relação às coletas e ao uso adequado do sangue.

Em 30 de junho de 1982, considerando o convênio firmado entre o Ministério da Saúde e o Governo do Estado de Minas Gerais, representado pela SES-MG, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) criam o Hemocentro Regional de Minas Gerais (Hemocentro MG), com o objetivo de implantar no estado as diretrizes do Pró-Sangue.