Realizada pelo Instituto Pró-Hemo (IPH) e Hemocentros Unidos, iniciativa reuniu especialistas, gestores e profissionais da saúde, visando elaborar soluções práticas quanto ao uso do produto e fortalecer a cooperação da Hemorrede Nacional.

O debate de aspectos técnicos, financeiros e regulatórios, um desafio que mobiliza cada vez mais a hemorrede brasileira, foi a tônica no evento “Diálogos dos Hemocentros do Brasil – Qualificação e Autossuficiência do Plasma no País”, realizado nos dias 26 e 27 de agosto, em Fortaleza.

A programação, voltada a discussões em grupo e plenárias sobre temas fundamentais para o futuro da hemoterapia, abordou temas como o aumento do volume médio de coleta por bolsa, diretrizes para o uso racional do plasma e sua disponibilidade para a indústria de hemoderivados, bem como as necessidades técnicas e financeiras dos hemocentros.

Também foram definidas medidas para orientar o uso transfusional racional, estabelecer condições de preparo, estocagem e controle de qualidade do plasma em padrão industrial, além de alternativas de financiamento capazes de garantir sustentabilidade à produção.

Presente ao evento, a presidente da Fundação Hemominas, Kelly Nogueira, destacou  o comprometimento da instituição com a excelência técnica e com a inovação na gestão do plasma, o que vai contribuir para o fortalecimento da Hemorrede Pública. "A troca de experiências e o alinhamento entre os hemocentros são fundamentais para que avancemos de forma integrada e sustentável", afirma. Participaram também do evento a diretora Técnico-Científica da Fundação, Fabiana Chagas, e a médica patologista clínica Flávia Naves.

O encontro promoveu ainda sessões técnico-científicas da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) e da multinacional Octapharma, fabricante global especializada em medicamentos derivados do plasma, além da apresentação de propostas consolidadas pelos grupos de trabalho que buscam avançar de forma integrada para alcançar a autossuficiência do plasma no Brasil.

Plasma

O plasma é a parte líquida do sangue, constituída de água, sais minerais, proteínas e íons, dentre outros, e representa cerca de 55% do volume sanguíneo. Os produtos derivados do plasma humano são medicamentos obtidos a partir do processamento do plasma sanguíneo e incluem albumina, fatores de coagulação e imunoglobulinas.

Tais medicamentos são usados para tratar diversas doenças: a albumina é usada em queimaduras, hipoalbuminemia, hemorragia e choque; as imunoglobulinas são utilizadas em pacientes com deficiências do sistema imunológico e tratamento após exposição a alguns agentes infecciosos; os fatores de coagulação - fator VIII e o fator IX - tratam a hemofilia e outras doenças de coagulação, além de outras condições que requerem reposição de proteínas plasmáticas.