a imagem mostra a presidente da Hemominas, Júnia Cioffi, no púlpito do auditório

Nesta quarta e quinta-feiras, 19 e 20/06, acontece o Simpósio Interinstitucional “Cuidados Hospitalares da Pessoa com Doença Falciforme”.

O evento é uma iniciativa do Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro (HMDCC), em parceria com o Hospital Metropolitano Odilon Behrens (HMOB), Fundação Hemominas e Associação de Pessoas com Doença Falciforme de Minas Gerais (Dreminas).

O objetivo do simpósio é abordar e qualificar o cuidado das pessoas com Doença Falciforme (DF) e vai discutir temas como o diagnóstico, tratamento da crise álgica e de acidente vascular cerebral, cuidados médicos, de enfermagem, de fisioterapia, entre outros temas.

Na abertura do evento, a diretora executiva do Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, Cristina Peixoto, deu as boas-vindas aos participantes e ressaltou a oportunidade de reunir experiências e conhecimentos acerca da DF. “Desde 2018, nosso Hospital se tornou uma das referências na capital mineira para internação decorrente de complicações da doença falciforme”, afirmou a diretora. “Esse simpósio é uma ocasião para aprimorar as práticas clínicas e humanizadas, para oferecer a assistência adequada e o respeito pelo qual as pessoas com doença falciforme tanto lutam.”

A presidente da Hemominas, Júnia Cioffi, falou sobre o histórico da Fundação, que tem 39 anos e que, desde seu início, já atendia pessoas com DF em Minas Gerais. “Nos primeiros anos, os pacientes chegavam à Hemominas depois de terem passado por outros tipos de assistências de saúde e não receberem um atendimento adequado. Quando o estado iniciou o Programa de Triagem Neonatal e passamos a ter um cuidado especial logo nos primeiros meses da criança, a expectativa e a qualidade de vida dessas pessoas melhoraram consideravelmente”, relembrou Júnia.

A Fundação Hemominas possui 17 ambulatórios em todas as regiões mineiras, que atendem as pessoas com doença falciforme. Júnia Cioffi ainda confirmou a importância da parceria com a Dreminas. “As pessoas com a DF necessitam do autocuidado, de aumentar a adesão ao tratamento e a Dreminas tem um papel essencial nesse sentido”.

Finalizando, a presidente da Hemominas fez uma observação: “a atenção hospitalar ainda é um gargalo. Mas essas pessoas precisam de um cuidado diferenciado. Com esse simpósio, podemos ampliar conhecimentos e fazer a DF ser vista e entendida”, finalizou.

a imagem mostra a médica Patrícia Cardoso no púlpito do auditórioo
A médica Patrícia Cardoso foi uma das palestrantes da Fundação Hemominas no Simpósio sobre Doença Falciforme realizado no Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro - Foto: Adair Gomez

Na sequência, o médico Antonio Carlos, referência técnica da Agência Transfusional do HMDCC, confirmou a necessidade de discussão do tema. “A maioria dos eventos aborda o atendimento ambulatorial. Já as reações agudas são menos discutidas”. Ele agradeceu o trabalho da comissão organizadora do simpósio e comemorou toda a mobilização feita pelos parceiros para realizar o evento, que superou as expectativas.

Maria Zenó Soares, presidente da Dreminas, encerrou a abertura do simpósio lembrando a importância deste dia – 19 de junho é o Dia Mundial da Conscientização da Doença Falciforme, data criada pela Organização das Nações Unidas em 2008, como forma de chamar atenção para o enorme quantitativo de portadores desta doença e suas complicações.

“Quase ninguém sabe o que é a doença falciforme. E ela é prevalente na população negra, cerca de 95% das pessoas com DF no Brasil são negras. Além disso, são pessoas que ainda passam por outras questões sociais graves, como a baixa renda, pouca instrução, falta de rede de apoio”, destacou Zenó.

A presidente da Dreminas afirmou que as pessoas com a doença falciforme precisam de prioridade no atendimento das urgências e emergências. “Quando buscamos esse tipo de serviço de saúde é difícil. Além da nossa dor ser subestimada, ainda carregamos a dor do preconceito. A demora do atendimento nesses casos leva ao agravamento e complicações. Só sabe a dor quem sofre”.

Ela cobrou do SUS o respeito a um de seus princípios: a equidade. Ao final de sua fala, Zenó aproveitou para entregar ao HMDCC, representado pela diretora executiva, Cristina Peixoto, o prêmio Amigo da Pessoa com Doença Falciforme.

Após a abertura, o simpósio iniciou a parte técnica com a apresentação da dra. Patrícia Cardoso sobre “Fisiopatologia, diagnóstico e eventos agudos na Doença Falciforme”, com moderação da dra. Gisela Hollanda. Entre as demais palestras de profissionais da Fundação Hemominas ainda estão programadas a participação da dra. Roberta Oliveira (crise álgica); dra. Eduarda Almeida Wakabayashi (sequestro esplênico e hepático); Dra. Ana Luiza Roscoe (tratamento do AVC agudo); Dra. Samila Santana e dra. Denise Zouain (síndrome de hiper-hemólise); e dra. Priscila Rodrigues.

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

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